Gianna Beretta Molla                       

 

 

A   v i d a

 Joana Beretta Molla nasce em Magenta (Milão) em 4 de outubro de 1922 de Alberto e Maria De Micheli, décima de treze filhos. Desde sua primeira juventude acolhe com plena adesão o dom da fé e da educação limpidamente cristã que recebe dos ótimos pais, que a levam a considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, para ter a fé na Providência, a ser certa da necessidade e da eficácia da oração.

A primeira Comunhão, a idade de cinco anos e meio, assinala em Joana um momento importante, dando ínicio a uma assídua freqüência a Eucaristia, que se volta sustento e luz de sua infância, adolescência e juventude.

Naqueles anos não faltaram a dificuldade e a dor: troca de escola, saúde fraca, mudança da família, doença e morte dos pais. Tudo isto, mas não produz traumas ou desequilíbrio em Joana, dada a sua riqueza e a profundidade de sua vida espiritual, ademais se afina a sensibilidade e potência a virtude.

Nos anos de liceu e da universidade, no entanto se dedica com diligência aos estudos, traduz a sua fé num empenho generoso de apostolado entre os jovens na Ação Católica e de caridade para os idosos e os necessitados na Conferência de S. Vicenzo. Doutorada em Medicina e Cirurgia em 1949 na Universidade de Pavia, e abriu em 1950 um ambulatório médico em Mesero e se especializa em Pediatria na Universidade de Milão em 1952.

Quando cumpre a sua obra de médica, que sente e pratica como uma missão, aumenta seu empenho generoso na Ação Católica, e, ao mesmo tempo, descansa com a música, a pintura, o esqui e o alpinismo a sua grande alegria de viver e de gozar-se do encanto do criado.

Joana se pergunta, rezando e fazendo rezar, sobre sua vocação, que considera também essa um dom de Deus. Inicialmente pensa de fazer-se missionária leiga no Brasil para ajudar o irmão padre Alberto, médico e missionário capuchino em Grajaú. Mas o Senhor a chama à vocação do matrimônio, e Joana abraça este estado com todo o entusiasmo e se empenha a dar-se totalmente “para formar uma família verdadeiramente cristã”.

Casa-se com o engenheiro Pietro Molla aos 24 de Setembro de 1955, na basílica de São Martino em Magenta e é uma mulher feliz.  Em novembro 1956, é mãe muito feliz de Pierluigi; em dezembro 1957, de Mariolina; em Julho 1959, de Laura. Sabe harmonizar, com simplicidade e equilíbrio, os deveres de mãe, de esposa, de médica em Mesero e Ponte Nova de Magenta, e a grande alegria de viver.

Em setembro de 1961, a fins do segundo mês de gravidez, e chegada do sofrimento e do mistério da dor: insurge um volumoso fibroma, tumor benigno, no útero. Antes da intervenção operatória de  extirpação do fibroma, ainda bem tendo conhecimento o risco de continuar a gravidez, suplica ao cirurgião de salvar a vida que leva no seio e se confia à oração e a Providência. A vida é salva. Joana agradece ao Senhor e passa os sete meses que a separam do parto com incomparável força de ânimo e com introcável empenho de mãe e de médica.

Alguns dias antes do parto, ainda confiando sempre na Providência, está pronta a doar a sua vida para salvar aquela de sua criatura, e diz ao esposo Pietro: “Se deves decidir entre eu e a criança, nenhuma hesitação escolhe – o exijo- a criança. Salvai-a”.

Na manhã de 21 de Abril 1962 dá a luz a Joana Emanuela por via de cesárea, no Hospital de Monza.Já depois de qualquer hora as condições gerais de Joana se agravam: febre, sempre mais alta, e sofrimentos abdominais fortes da peritonite céptica. Não obstante todos os cuidados práticos, suas condições vão piorando  dia após dia. Na manhã de 28 de Abril vem trasladada a sua casa de ponte novo de Magenta, aonde morre  as 8:00h. da manhã. É sepultada no Cemitério de Mesero, no entanto se difundiu a fama de santidade por sua vida e pelo gesto de grande amor, incomparável que há coroado-a.

Gianna foi proclamada Beata dia 24 de abril de 1994 e Santa dia 16 de maio de 2004, por Sua Santidade João Paulo II. Sua festa votiva é dia 28 de abril.

 

C r o n o l o g i a,   l u g a r e s   d a   v i d a   e   e t a p a s
d a   c a u s a   d e   B e a t i f i c a ç ã o  e  d e  C a n o n i z a ç ã o

 

4 de outubro de 1922
S. Francisco de Assi
s

Nasce em Magenta (Milão), seus pais eram Alberto e Maria De Micheli, na casa dos avós paternos, décima de treze filhos. Ambos pais são franciscanos da Terceira Ordem.

     11 de outubro de  1922

É batizada com o nome de Giovanna Francesca, na Basílica de S. Martinho em Magenta.

outubro de 1922-1924

Vive em Milão, na Piazza Risorgimento n.10. Os pais frequentam a Igreja do Convento dos Capuchinhos em Viale Piave.

1925

Com a família se transfere a Bérgamo em Borgo Canale.

4 de abril de 1928

Recebe a Primeira Comunhão aos 5 anos e meio, na Paróquia de S. Grata inter vites.

1928

Inicia a escola primária: frequenta o primeiro e o segundo ano na Escola Primária de Colle Aperto; o terceiro ano na escola das irmãs da Sagesse; o quarto e o quinto ano no Instituto Canossiano em Via Sudorno.

9 de junho de 1930

Recebe a Confirmação na catedral de Bérgamo.

1933

Inicia o primeiro ano do secundário no Liceu Clássico Estatal “Polo Sarpi” de Bérgamo.

22 de janeiro de 1937

Morre Amalia, a irmã maior à idade de 26 anos.

1937

Com a família se transfere a Genova Quinto ao Mar e frequenta o quinto ano no Instituto de S. Dorotea.

16-17-18 de março de 1938

Começa os exercícios espirituais pregados pelo Padre jesuíta Michele Avedano no Instituto de S. Dorotea.

1938-1939

Por decisão dos pais, preocupados por sua saúde, suspende por um ano os estudos, para descansar da fadiga dos mesmos.

outubro 1939

Inicia o liceu clássico, no Instituto de S. Dorotea em Lido d’Albaro (Genova).

outubro de 1941

Com a família regressa a Bérgamo, à casa dos avós maternos em S. Vigilo. O ataque aéreo sobre Genova deteriora a saúde de sua mãe Maria que já sofria do coração.

novembro de 1941

Retorna a Genova, para terminar os estudos secundários.

29 de abril de1942

Morre a mãe à idade de 55 anos.

                   junho de 1942

Consegue o diploma de seus estudos médios.

                 Julho de  1942

Reúne-se em Bérgamo com sua família.

     10 de  setembro de 1942

Morre o pai à idade de 60 anos.

       Outubro de 1942

Regressa com todos os irmãos e irmãs a Magenta, à casa de campo dos avós paternos. Começa a trabalhar na Ação Católica, nas Conferências de São Vicente e nas obras paroquiais.

           novembro de 1942

Inscreve-se e frequenta a Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade de Milão.

1945

Continua os estudos universitários em Pavia.

30 de novembro de 1949

Consegue o título em Medicina e Cirurgia em Pavia. As cartas do irmão Padre Alberto, médico missionário capuchinho no Brasil, revivem e alimentam em Gianna o ideal missionário.

20 de junho de 1950

Inscreve-se ao registro profissional dos médicos de Milão.

             1 de julho de 1950

Abre um consultório médico em Mesero (Milão).

7 de julho de 1952

Obtém o diploma em Pediatria na Universidade de Milão. As cartas do irmão P. Alberto, que falam do trabalho que deve enfrentar cotidianamente sozinho, fazem amadurecer em Gianna a específica vocação missionária e a decisão de ir a Grajaú para ajudá-lo. Mas Gianna não tem uma boa constituição física e seu diretor espiritual consegue convencê-la que este não é o seu caminho. Gianna se tranquiliza e espera que o Senhor lhe mostre o que deve fazer.

8 de dezembro de 1954

Primeiro encontro público com o engenheiro Pietro Molla.

11 de  abril de 1955

Festeja o compromisso oficial.

24 de setembro de 1955

Se une em matrimônio com o engenheiro Pietro Molla na Basílica de São Martinho em Magenta e se transfere a Ponte Nuovo em Magenta na casinha reservada ao diretor do Estabelecimento SAFFA. Na pequena vila de Ponte Nuovo, Gianna, desde 1956, desempenha a tarefa como responsável do Consultório das Mães e da Creche encabeçando a Obra Nacional Maternidade Infância (O.N.M.I.), e presta assistência médica voluntária nas Escolas maternal e primária do Estado.

19 de novembro de 1956

Nasce Pierluigi, na casa de Ponte Nuovo.

11 de dezembro de 1957

Nasce Maria Zita (Mariolina), na casa de Ponte Nuovo.

15 de julho de 1959

Nasce Laura, na casa de Ponte Nuovo.

6 de setembro de 1961

No final do segundo mês de gravidez, foi-lhe extraído um volumoso fibroma do útero, tumor benigno, no Hospital S. Gerardo de Monza (Milão). A vida da criança que leva no seu seio foi salva, assim como Gianna tinha implorado ao Céu e ao cirurgião.

       20 de abril de 1962
                Sexta-Feira Santa

Pela tarde ingressa novamente no Hospital S. Gerardo de Monza, Departamento de Obstetrícia e Ginecologia onde tentam provocar o parto por via natural, considerando a via menos arriscada.

    21 de abril de 1962

Pela manhã nasce Gianna Emanuela, por via cesárea. Depois de algumas horas as condições gerais de Gianna se agravam: febre cada vez mais elevada e dores abdominais atrozes à causa de uma peritonite séptica, que lhe fazem invocar a cada instante sua mãe. Apesar de todos os cuidados tomados, suas condições pioram dia após dia. Durante sua agonia Gianna repete várias vezes: “Jesus te amo, Jesus te amo”.

          28 de abril de  1962

De manhã bem cedo, Gianna é trasladada, como tinha sido expresso seu desejo, para a casa de Ponte Nuovo de Magenta, onde morre às 8 da manhã, depois de ter ouvido a voz de seus “tesouros” (filhos), que tinha acordado pela desordem.

           30 de abril de 1962

Celebram-se seus funerais em Ponte Nuovo e a sepultura em Mesero, na Capela dos Párocos do Campo Santo.

12 de fevereiro de 1964

Morre Mariolina à idade de 6 anos e meio, de glomérulo nefritis aguda.

1965

É transferida com Mariolina na capela da família no Cemitério de Mesero, onde repousam seus restos mortais até o dia de hoje.

6 de novembro de 1972

O cardeal Giovanni Colombo, Arcebispo de Milão, com a aprovação da Conferência Episcopal da Lombardia, promove a Causa de Beatificação da Serva de Deus Gianna Beretta Molla e pede que se recolham os fatos e documentos informativos.

           11 de abril de 1978

O Card. Giovanni Colombo e 16 Bispos da Conferência Episcopal Lombarda pedem ao Papa Paulo VI a introdução da causa de Beatificação da Serva de Deus.

            27 de abril de 1978

A Cúria do Arcebispo de Milão transmite à Congregação da Causa dos Santos os fatos e documentos informativos recompilados.

         8 de fevereiro de 1980

A Congregação autoriza ao Arcebispo de Milão a admitir o decreto para a introdução da Causa.

         15 de março de 1980

Papa João Paulo II confirma tal autorização.

           28 de abril de 1980

O Card. Carlo Maria Martini, novo Arcebispo de Milão, decreta a introdução da Causa e indica o Processo de Conhecimento sobre a Vida e a virtude da Serva de Deus.

               30 de junho de 1980

Abre-se o Processo de conhecimento na Capela do Arcebispado.

     29 de setembro 1980-
5 de janeiro 1984

Realiza-se o Processo Rogatorial em Bérgamo.

       21 de março de 1986

O card. Carlo Maria Martini preside a Cerimônia da Clausura do Processo Cognitivo.

           11 de abril de 1986

Todos os atos do Processo Cognitivo são entregados na presença do Card. Carlo Maria Martini ao Postulador Padre Bernardino da Siena para a Congregação da Causa dos Santos.

 14 de novembro de 1986

A Congregação da Causa dos Santos emite o Decreto de validez do Processo Cognitivo e a autorização para começar o exame definitivo da vida e virtude da Serva de Deus.

6 de julho de 1991

Papa João Paulo II assina o Decreto que reconhece a heroicidade das virtudes da Serva de Deus. Com este ato Gianna se converte em Venerável.

Grajaú
30 de novembro de 1981-
15 de janeiro de 1982

Dão-se as diretivas sobre o Processo de Conhecimento para escutar as testemunhas e para a compilação da documentação científica sobre os acontecimentos extraordinários obtidos por intercessão da Beata Gianna, sucedidos no ano 1977 em Grajaú, estado do Maranhão no Brasil, a uma mulher de religião protestante.

Grajaú
30 de outubro de 1986-
18 de novembro de 1986

Processo Adicional, durante o qual se escuta o testemunho do médico.

Grajaú
8 de agosto de 1987-
2 de novembro de 1987

Processo Suplementar, durante o qual se escuta a mulher que foi curada.
O processo diocesano é entregado à Congregação para a Causa dos Santos pelo Postulador Padre Bernardino da Siena.

9 de dezembro de 1990

Como postulador substitui Paolino Rossi, depois da renúncia do Padre Bernardino por problemas de saúde.

27 de setembro de 1991

O Processo Diocesano obtém o Decreto de validez.

           5 de março de 1992

A Consulta Médica se pronuncia em forma unânime sobre a extraordinariedade e a falta de explicação científica do caso.  

        22 de maio de 1992

A comissão de teólogos examina o caso, com êxito positivo.

  17 de novembro de 1992

A Congregação dos Padres cardeais e Bispos examinam o caso, com êxito positivo.

21 de dezembro de 1992

Promulgação do Decreto, com a clausura do Processo sobre o milagre, em presença do Santo Padre (Sua Santidade assina o Decreto de validez do Milagre).

24 de abril de 1994

O Santo Padre proclama Beata a Gianna Beretta Molla como mãe de família, na Praça de São Pedro, em Roma.

31 de maio -1 de agosto de 2001

O Tribunal eclesiástico de Franca, São Paulo, Brasil, instrui um interrogatório regular diocesano para a escuta das testemunhas e a compilação da documentação científica sobre os fatos extraordinários obtidos por intercessão da Beata Gianna, verificados nos anos 1999-2000 na Diocese de Franca, a uma doente católica.

 20 de setembro de 2001

S.E. Mons. Diógenes Mattheus Silva, Bispo de Franca, entrega à Congregação da Causa dos Santos, o processo diocesano.

22 de fevereiro de 2002

O Processo diocesano obtém o Decreto de validez.

           10 de abril de 2003

A Consulta Médica se pronuncia de forma unânime (5 sobre 5) sobre a extraordinaridade e a falta de explicação científica do caso.

        17 de outubro de 2003

A comissão de teólogos examina o caso, com êxitos positivo.

    16 de dezembro de 2003

A congregação dos Padres Cardeais e Bispos examinam o caso, com êxito positivo.

20 de dezembro de 2003

Promulgação do Decreto, com a clausura de todo o processo sobre o milagre, em presença do Santo Padre.

19 de fevereiro de 2004

Consistório do Santo Padre e dos Cardeais, com a conclusão oficial do Processo de Canonização.

          16 de maio de 2004

Sua Santidade João Paulo II, na Praça de São Pedro em Roma, proclama Santa a Gianna Beretta Molla.

 18 de junho de 2008

Sua Excelência Mons. Roberto Amadei, Bispo de Bérgamo, abre oficialmente o processo de beatificação do irmão de Gianna, Servo de Deus Padre Alberto Beretta. Encontravam-se presentes: a irmã do mesmo, Madre Virginia e o irmão Mons. Giuseppe.

 3 de abril de 2010
Sábado Santo

 

O engenheiro Pietro Molla, marido de Santa Gianna, a alcançou no céu. Ele descansa junto a ela na Capela da Família Molla no cemitério de Mesero e junto a sua filha Mariolina. Também se encontram sepultados ali a irmã de Pietro, Teresina (que morreu aos 23 anos à causa de uma nefritis) e os pais de Pietro: Maria Salmoiraghi e Luigi Molla.

 

 A S   C A R T A S  D E  G I A N N A

Lembra Pietro Molla: “As cartas que Gianna me escrevia durante o nosso noivado, expressam com todo o entusiasmo, os projetos e as esperanças de uma noiva cheia de alegria. São belíssimos toques, de um amor cheio de afetuosidade e de ternura, são um convite a gozar do dom da vida e as maravilhas do criado, a viver da fé com alegria e com confiança na Providência. São cartas transparentes, projetando o futuro sobre o horizonte daquele amor que não sente a Deus como um intruso, senão que o deseja presente”.
Para Gianna, a fé não diminui e não faz sombra à expansão e a espontaneidade do amor, senão que ainda mais, o eleva, o faz mais intenso e atraente.
Gianna estava certa que o amor, que toda forma de amor, provém de Deus e participa do amor de Deus, que é
dom de Deus.
Seu contínuo fazer referência a Deus, também as cartas que me escreveu depois do nosso matrimônio e depois do nascimento de nossos filhos, à ajuda divina, à bênção de Deus, a sua confiança Nele, o nosso dever de sermos-Lhe gratos, me confirmaram quão forte estava enraizada nela a fé e quão profundo era o seu espírito de oração”.

O 21 fevereiro de 1955 Gianna escreve a Pietro:
“... Quero fazer-te feliz e ser aquela que tu desejas: boa, compreensiva e estar disposta aos sacrifícios que a vida nos pedirá... Agora que tu estás, a quem tanto quero bem e a quem quero doar-me para formar uma família verdadeiramente cristã”.
O 11de março escreve:
“...Pietro, se eu conseguisse dizer tudo o que eu sinto por ti! Mas não sou capaz– faça-o tu. O Senhor me quer muito – tu és o homem que eu desejava encontrar, mas não posso negar-te que várias vezes me pergunto: Serei eu digna? Sim, de ti Pietro, porque me sinto um nada, capaz de não fazer nada, que apesar de que eu desejo fazer-te feliz, tenho medo de não o conseguir. E é então que suplico ao Senhor: ‘Senhor tu que vês meus sentimentos e minha boa vontade, ajudai-me a ser uma esposa e mãe como Tu queres e penso que Pietro o deseja assim também’. Está bem assim Pietro?
Com  tanto e tanto afeto, te saúda 
         Tua Gianna”.

O 23 de março escreve desde Sestri:
"Queridíssimo Pietro,... é maravilhoso quando se está no alto, muito alto, com um céu sereno, a neve branquíssima, como se goza e se louva a Deus. Pietro, tu já o sabes, sinto-me tão feliz quando estou em contato com a natureza tão linda, que poderei passar horas e horas contemplando-a...

O 9 de abril, Gianna escreve:
“...Pietro queridíssimo, tu já o sabes que meu desejo é de ver-te feliz e tornar-te feliz; dizei-me como terei que ser e fazer para fazer-te feliz. Tenho muita confiança no Senhor e tenho a certeza que me vai ajudar a ser uma digna esposa.
Gosto de meditar muito no versículo da Carta da Missa de Santa Ana – “Uma mulher forte quem a encontrará?... O coração de seu marido pode confiar nela… lhe fará somente o bem, nunca lhe causará dano algum em toda a sua vida”, etc. –
“Pietro, se eu pudesse ser para ti a mulher forte do Evangelho! Mas antes, me sinto débil. Quero dizer que me apoiarei no teu braço forte. Sinto tão segura ao teu lado!”.
Pietro lembra: “Na realidade sempre foi uma mulher forte. Pedi-lhe que fosse viver numa casinha dentro do lugar do estabelecimento onde eu era o diretor e a sua aceitação foi imediata. E quando no triênio de 1956-1957-1958, houveram greves prolongadas e muito pesadas que lhe fizeram viver preocupações e amarguras, não pediu mudar de casa; ela sabia que esta residência me facilitava as funções de minhas obrigações e responsabilidades”. 
O 18 de abril:
“...Já sabia que tu me querias tanto, mas o ter-me confirmado hoje em tua carta me encheu o coração de alegrias. Mas pensa Pietro, o Senhor nos têm feito esta grande graça, como temos que agradecer-lhe!...”.
O de 10 de junho:
“... Te amo tanto, tanto Pietro, e sempre estás presente, desde manhã cedo quando ofereço na Santa Missa, no ofertório, junto com meu trabalho o teu, tuas alegrias, teus sofrimentos e logo estás presente durante o dia todo até à noite”.… 
O de 4 setembro:
“... Faltam somente vinte dias e depois serei... Gianna Molla! O que acha se para preparar-nos espiritualmente e receber este Sacramento fizermos um tríduo? Os dias 21- 22- 23 a S. Missa e a S. Comunhão. Tu a Ponte Nuovo, eu no Santuário da Assunção. A Virgem unirá nossas orações, desejos e já que a união faz a força, Jesus não pode deixar de escutar-nos e ajudar-nos. Estou certa que dirás que sim e te agradeço”…. 
“Na comunhão da vida e do amor de nossa família, o nascimento dos filhos se tornava mais profunda e exigente”, e lembra ainda Pietro “Gianna se sentia sempre mais satisfeita. Suas belíssimas cartas o confirmam e cada vez que as leio se renova em mim a emoção e a comoção”. 
“... Aquilo que emerge as leituras das cartas de Gianna é um genuíno quadro de ‘vida familiar segundo o Evangelho’. Como tal se fundamenta sobre a condição que a eleição e a vida matrimonial é uma graça e uma vocação; encontra no matrimônio o fundamento, o paradigma e o modelo de toda experiência de casal e de família; se exprime através de uma vida de fé, de diálogo com Deus e de serviço ao ser humano.
Assim que para Gianna, mulher, testemunha do Evangelho, como esposa e Mãe, que também a vida conjugal tem reconhecido em Jesus sua referência privilegiada...

As cartas ao marido são um testemunho precioso de espiritualidade conjugal e familiar, como autêntico caminho de santidade: uma espiritualidade como lembra o Diretório de pastoral familiar para a Igreja na Itália – “fundada no sacramento do matrimônio e continuamente alimentada e modelada na Eucaristia que ‘ se atualiza e se expressa não fora da vida conjugal e familiar, senão ao interno da mesma, através da realidade e das atividades cotidianas que a caracterizam, na fidelidade a todas as exigências do amor conjugal e familiar e no atuar alegre” (n. 112)...Carlo Maria card. Martini.

(Prefácio ao livro: ”Gianna Beretta Molla. Il tuo grande amore mi aiuterá a essere forte. Lettere al marito". Elio Guerriero. Edição São Paulo, Milão, 1999).

 

T E S T E M U N H O   D O   M A R I D O

Em abril de 1971 Pietro Molla escreve um pequeno livro: “Gianna Molla Beretta. Escritos, lembranças, testemunhos, e o dedica a seus filhos Pierluigi, Laura e Gianna Emanuela. O livro começa com o seguinte testemunho: “A vida da mamãe é um ato e uma ação perene de fé e caridade; é uma busca incansável por encontrar a vontade do Senhor em cada ocasião e em cada ato por meio da oração e a meditação da Santa Missa e a Eucaristia é um realizar continuamente os preceitos e os conselhos evangélicos também àqueles que chamam ao dever, ao apostolado e ao amor, ainda que quando o sacrifício que se realiza seja o da própria vida”.
 O 28 de abril de 2002, para o aniversário dos quarenta anos do nascimento de Gianna ao céu, Pietro escrevia “Gianna, sinto vivíssima a tua presença na lembrança dos seis meses de noivado, dos seis anos e meio de vida matrimonial e familiar em plena e perfeita alegria com nossos filhos. Quando o Senhor te chamou ao Paraíso, faz quarenta anos, continuamos, se bem no sofrimento, a sentir-te mais presente e próxima como protetora desde o céu. Desde o dia em que Mariolina chegou também ao céu, se converteram ambas em nossos anjos protetores. Tens vivido toda a tua vida em graça de Deus e agradecendo-o por cada coisa linda e boa recebida. Com o sorriso de quem transforma a alegria e o bem recebido na alegria de dar ao próximo com um sorriso sereno e alegre; de quem leva a Jesus no coração e o faz como uma referência privilegiada; esse sorriso que chega ao coração que assiste e assegura, que dá um sentido de serenidade e de paz.
Queridíssima Gianna, com teu sorriso continuas a ser nosso custódio e a infundir em todos aqueles que estão em dificuldade e sofrem: tua força de ânimo, tua confiança na Divina Providência, tua esperança, tua serenidade, tua coragem e tua alegria de viver e ajudai-nos a ser sempre mais dignos de um sorriso assim grande e benéfico.
 
Bodas de ouro de Gianna e Pietro
1955 - sábado 24 de setembrode 2005

Daquela manhã do sábado 24 de setembro de 1955 sinto ainda uma emoção indescritível que me produziram os aplausos repentinos na Basílica de São Martinho de Magenta, quando minha amada Gianna entrou na Igreja acompanhada por seu irmão maior Francesco, até que ela chegou ao altar de nossa Boda!
 “Maior graça e mais desejada não podia fazer-me minha Mãe do Céu, a Virgem do Bom Conselho, da Igreja de Ponte Nuovo”, como lhe tinha escrito a Gianna o dia 22 de fevereiro de 1955. Nesta Igreja por convite de Gianna, que eu tinha aceitado com agrado, fiz o tríduo de Santas Missas e Comunhões, os dias 21-22-23 de setembro, preparando-me espiritualmente para receber o sacramento do matrimônio; Gianna fez o tríduo no Santuário da Assunção em Magenta. “A Virgem unirá nossas orações e desejos”, me escreveu Gianna o 4 de setembro, “e porque a união faz a força, Jesus não pode deixar de escutar-nos e ajudar-nos”.
Foi Gianna a pedir-me expressamente para casarmos na belíssima Basílica de Magenta, “sua” Basílica como costumava chamá-la, a Igreja que ela mais amava, onde a poucos dias do seu nascimento ela recebeu o Santo Batismo; onde tinha participado com tanta assiduidade à Santa Missa e visitado e rezado muitas vezes o Santíssimo Sacramento.   
Por meu caráter tímido e reservado tivesse preferido contrair matrimônio numa pequena igreja perdida na montanha em presença de poucas pessoas. Fiz um grande sacrifício com entusiasmo, de casar-me na grande basílica para alegrar a minha Gianna, que tanto desejava casar-se em sua paróquia. Ali ela estava em sua casa, e ainda hoje em dia se adverte a sua presença, se respira seu ar, sua grande fé e seu grande espírito de oração. Foi Gianna que escolheu pessoalmente os cravos brancos para a decoração da Basílica e quando terminou a cerimônia doou seu buquê ao altar da Virgem à qual era devota.  
O P. Giuseppe, Irmão de Gianna abençoou nosso matrimônio e lembro-me de modo particular que nos exortou afetuosamente a testemunhar o evangelho e a santidade tomando como exemplo “seus santos pais”: para Gianna foi verdadeiramente uma exortação profética!
Desde essa manhã começou para nós a plenitude de nossa nova vida: um suceder-se de dias inefáveis, com nossas maravilhosas crianças e de serenidade luminosa de ansiedades e de sofrimentos, até aquele sábado do dia 28 de abril de 1962 no qual vi Gianna partir para o Céu, alcançando o cume do maior amor que Jesus nos tinha indicado.
E o Senhor em sua infinita misericórdia me abençoou novamente com um dom e uma graça singular e imensa: “me doou novamente” uma esposa e uma mãe santa para nossos filhos e para o mundo inteiro! Muitas vezes digo que não me alcançará toda a eternidade para agradecer ao Senhor pelo singular dom que me tem feito, entre os tantos dons que tenho recebido Dele e continuo a receber em minha longa vida.

A Ele que me tem concedido a graça de ver minha amada Gianna elevada à honra mais alta dos altares, lhe dirijo minha humilde oração para que me conceda também a graça de colocar-me de joelhos diante dela e honrá-la e rezar-lhe em “sua” Basílica de Magenta.

 

O R A Ç Ã O

Deus, que sois nosso Pai, nós te louvamos e te bendizemos

porque em santa Joana Beretta Molla

nos tem dado e feito conhecer

uma  mulher  testemunha do evangelho

como jovem, esposa, mãe e médica.

Vos agradecemos porque,

também através do dom da sua vida,

nos faz aprender a acolher e honrar cada criatura humana.

 

Tu, Senhor Jesus,

tens  estado para o referimento privilegiado.

Ela soube reconhecer-te

na beleza da natureza.

No entanto se questionava sobre a sua escolha de vida,

estava a Tua procura e do modo melhor para servir-te.

Através do amor matrimonial, se fez sinal

de teu amor pela Igreja e pela humanidade.

Como tu, bom samaritano, deteve-se

ao lado de cada pessoa doente, pequena e frágil.

Segundo teu exemplo e por amor

se há doado completamente a si mesma, gerando nova vida.

 

Espírito Santo, fonte de cada perfeição.

Dai-nos também a sabedoria, inteligência, e coragem porque,

segundo o exemplo de santa Joana e por sua intercessão,

na vida pessoal, familiar, profissional,

saibamos colocar-nos ao serviço de cada homem e mulher

crescer assim no amor e na santidade.

 

Amém.

Com aprovação eclesiástica

 

  

N O V E N A

P A R A  O B T E R  A   G R A ÇA  C O M  A  I N T E R C E S S ÃO

D E S A N T A J O A N A B E R E T T A M O L L A

 

Ó Deus, nosso Pai, tu que tens dado a tua Igreja santa Joana Beretta Molla, que na sua juventude há procurado-te amorosamente, e há levado-te a outros jovens, empenhando-os apostólicamente como testemunhas na ação católica e colocando-os ao lado dos doentes e idosos para ser para eles ajuda e conforto.

Agradecemos-te por este dom de jovem amorosamente empenhada e, com teu exemplo, dai-nos a graça de consagrar nossa vida a teu serviço para alegria de nossos irmãos.

 Glória ao Pai…

 Ó Jesus, Redentor dos homens, tu chamaste santa Joana a desenvolver a missão de médica,  conforto dos corpos e das almas, vendo a ti mesmo nos irmãos e nos pequenos indefensos.

Agradecemos-te por haver-te mostrado nesta tua Serva como “o  que serve” e que acalma a dor dos homens. Acolhendo a sua lição, fazei-nos generosos cristãos ao serviço dos irmãos, particularmente daqueles que participam de tua cruz.

  Glória ao Pai…

Ó Deus, Espírito santificador, que amas a Igreja como tua Esposa, tu infundiste no coração de santa Joana um pouco de teu amor, infunde também na igreja doméstica este Amor para colaborar no teu maravilhoso plano de criação dando-te novos filhos, para que possam conhecer-te e amar-te.

Agradecemos-te por este modelo de esposa e, pela sua corajosa testemunha. Dai às nossas famílias a serena e cristã presença de esposas empenhadas a transformar as nossas casas de homens em cenáculo de fé e de amor, em generoso trabalho e santificante serviço.

 Glória ao Pai…

Ó Deus, criador e amante do ser vivente, tu foste ao lado de santa Joana, quando se encontrou no dilema de salvar a própria vida ou aquela da criatura que, qual dom esperado, levava no seio. Confiando só em Ti e reclamando o teu mandamento de defesa da vida, encontrou a coragem de cumprir o seu dever de mãe e dizer “sim” a nova vida, sacrificando generosamente a própria, coroando uma vida cristã exemplar.

Por intercessão de Maria, Mãe de  Jesus e segundo o exemplo de Joana, dispõe todas as mães a acolher com amor cada vida nascente e sustentar a todos no respeito a cada vida.

Dai-nos a graça que te pedimos...

E a alegria de inspirar a santa Joana qual modelo de jovem, de esposa, de mãe e de médica, que segundo o exemplo de Jesus, sacrificou a si mesma pela vida do próximo.

 Ave Maria…

 

 Com aprovação eclesiástica - + Ângelo Mascheroni, Bispo auxiliar de Milão

 

Para notificar a graça recebida ou solicitar a página de oração

e documentação biográfica escrever a:

Fondazione Santa Joana Beretta Molla

Via Monte Rosa, 2 - 20010 Mesero (Milano)

 

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